Dentro de mim há uma grande confusão, uma disputa de
sentimentos, emoções, memórias e saudades. Vivo com dores que me consomem e me ferem
por dentro.
Fecho a porta do quarto e escondo-me no meu refúgio e, sem
ninguém se aperceber, o meu mundo desaba. Na calada da noite só as paredes
ouvem o meu choro baixinho, só a almofada sente e enxuga as minhas lágrimas e
os meus soluços abafados.
No geral chega aquela hora em que não dá para aguentar mais, ser forte
cansa e exige muito esforço. Não conseguimos superar, não conseguimos aguentar
tanta dor e tudo parece desabar, tudo é intensificado e dói cada vez mais.
Somos obrigados a suportar muitas magoadas e a viver como se
fossemos de ferro, mas a verdade é que somos feitos de carne e osso e,
portanto, temos as nossas debilitações. Mas há alturas em que precisamos de
ganhar coragem e deixar ir embora tudo o que nos tortura.
Deixei ir todas as angústias que vivem dentro de mim, todas
as memórias que me empurram para o passado e as saudades que adormecem todas
as noites ao meu lado.
Deixei ir… Deixei ir tudo o que me impede de seguir em
frente de ser feliz. Todos os medos, todas as dores e cicatrizes que trago
comigo.
Libertei-me de tudo isso! Ninguém é obrigado a suportar mais
do que aquilo que consegue aguentar. Toda a gente tem os seus limites e os meus
já foram ultrapassados há muito tempo.
Deixei ir…E deixei-me ir também. Deixei-me ir para algum
lugar onde possa encontrar o sossego que tanto ansiava.
Digo adeus a um velho passado que não me leva a lado nenhum,
às memórias gastas de tanto pensar nelas, às saudades que não trazem nada nem
ninguém de voltar. Pois por vezes, dizer adeus é a única solução que nos resta.
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